28 de mai. de 2014
17 de abr. de 2014
CARTA SOBRE A VIOLÊNCIA NO ESTADO.
quando
a corrupção é exaltada entre os homens
Sl 12, 9
Vitória,
18 de abril de 2014.
Sexta
feira da Paixão.
As
Igrejas que integram o Conselho Nacional
de Igrejas Cristãs – Regional Espírito Santo (CONIC-ES) e que professam a
fé em Jesus Cristo celebrando neste tempo a sua Páscoa, dirigem-se a vocês,
Irmãos e Irmãs do Espírito Santo, demonstrando inquietação e indignação com a
violência que se impõe em nosso meio e que, a cada ano, se consolida, desfiando
a todos.
Em
outubro de 2012, os bispos da Igreja Católica Apostólica Romana, publicaram uma
carta alertando que “Os números da
violência são divulgados frequentemente, mas é importante lembrar que esses
‘números’ referem-se à pessoas: crianças, adolescentes, jovens, mulheres e
idosos.” Além de elencar as diversas causas, a carta demonstra o lamentável
lugar que o Estado ocupa no “ranking” nacional da violência:
Os últimos dados divulgados em 2012 apontam o
Espírito Santo nas primeiras posições seja qual for o tipo de violência:
* Violência – 1º
lugar
* Violência contra
a mulher – 4º lugar
* Homicídios entre
crianças e jovens de zero a 19 anos – 2º lugar.
* Violência contra
os idosos – somente em Vitória a média é de 1 denúncia por dia.
* Entre os
municípios mais violentos do Brasil o Espírito Santo, com apenas 78 municípios,
tem 8 nas seguintes posições: 2º
(Serra); 8º (Cariacica); 11º (Vitória); 12º (Linhares); 31º (Viana); 32º (Vila
Velha); 40º (Guarapari); 59º (São Mateus).
A
Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmou recentemente a nossa posição no
“ranking” nacional e internacional ao apontar a cidade de Vitória como uma das
mais violentas do mundo, com uma média de 57,39 homicídios por 100 mil
habitantes, demonstrando que as iniciativas propostas para a diminuição da
violência no Espírito Santo não tem surtido efeito. A Capital do Estado foi
apontada como a 14ª cidade mais violenta do mundo (A GAZETA, 11/04/2014).
A
violência, há décadas instituída no Estado, tem levado parte da população a
práticas cruéis, desumanas e irracionais. Presenciamos, às vésperas da Semana
Santa, o linchamento de um jovem no município da Serra que morreu acusado de
praticar um estupro que não aconteceu.
A
abominável busca da justiça feita pelas próprias mãos e de se promover a
segurança por meio do medo demonstram que a população não acredita na
capacidade do Estado em promover a segurança de seus cidadãos. É lamentável e
assustador vermos crescer os números de linchamentos no Espírito Santo.
Também
são lamentáveis e escandalosas as mortes que acontecem com quem está sob a
tutela do Estado. No dia 10 de Abril de 2014, mais um adolescente foi morto por
estrangulamento em uma unidade sócio-educativa capixaba. É mais uma vida,
dentre as milhares, que foi tirada nas unidades sócio-educativas e cárceres
capixabas nos últimos anos.
Diante
desta realidade, nos indignamos, lamentamos e como o salmista, perguntamos: “Quando os fundamentos se corrompem, o que
pode o justo fazer?” (Sl 11, 3). Nós, cristãos, cremos na vitória da vida
sobre a morte e na superação do ódio pelo amor. Este é o ensinamento maior de
Jesus Cristo.
Como
Igrejas Cristãs, denunciamos e repudiamos todo e qualquer ato de violência
contra a vida e a dignidade das pessoas, independentemente de raça, gênero,
religião ou condição social.
Reafirmamos
nosso compromisso institucional de trabalhar pela cultura da paz no Estado do
Espírito Santo, conclamando a todas as instituições e pessoas para se unirem a
este compromisso.
Esperamos
que as instituições públicas assumam o protagonismo na promoção da justiça e da
segurança dos cidadãos no Estado.
E,
sob a inspiração do Apóstolo, saudamo-los desejando que todos “fiquem alegres. Procurem a perfeição e
animem-se. Tenham os mesmos sentimentos, vivam na paz e o Deus do amor e da paz
estará com vocês. Saúdem-se uns aos outros com o beijo santo. Que a graça do
Senhor Jesus cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com
todos vocês.” (2Cor. 13, 11-13).
Pelo Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs - Regional Espírito Santo (CONIC-ES),
Rev. Ariel
Montero, Presidente
Pe. Kelder
Brandão, Secretario
Igrejas assinantes:
Arquidiocese de
Vitória – ES (ICAR)
Igreja
Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
Igreja Episcopal
Anglicana do Brasil (IEAB)
Igreja
Presbiteriana Unida (IPU)
16 de abr. de 2014
Pr. Em. Emil Schubert representa CONIC-ES em Encontro Nacional dos Regionais
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC reuniu, nos dias 10 e 11 de abril, em Campinas (SP), representantes Regionais do Conselho. Dos atuais 18 Regionais, 12 participaram da reunião.
Dentre os temas trabalhados, destacam-se a finalização do documento sobre Diálogo Inter-Religioso elaborado pela Comissão Teológica. Apresentou-se, ainda, o novo Plano Estratégico do CONC para o período 2014 a 2020. Após a apresentação ocorreu o debate sobre como ampliar a interação entre os Regionais e o CONIC. Também foram partilhadas informações sobre a inserção do CONIC no debate sobre a Reforma Política, momento em que os Regionais foram convidados para se envolverem nas campanhas de coletas em seus estados.
CONIC-ES participa de ato “50 anos de Resistência ao Golpe”
O regional do CONIC no Espírito Santo participou (CONIC-ES), na tarde do dia 1º de abril de 2014, do Ato Unificado “50 anos de Resistência ao Golpe de 1964”.
O evento também contou com representações do Fórum Memória e Verdade, CEDH, CDDH, OAB, Levante Popular da Juventude, anglicanos, católicos, metodistas, luteranos e presbiterianos, Sindicatos, alguns partidos políticos e movimentos sociais.
Ao final do ato, houve uma atividade ecumênica, no qual o CONIC-ES foi representado pela moderadora da Igreja Presbiteriana Unida, presbítera Anita Sue Wright Torres.
Na íntegra, o seu pronunciamento:
“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”
É com tristeza que trazemos à memória os 50 anos do golpe militar, ocorrido em 31 de março de 1964, quando o presidente João Goulart foi deposto e os militares assumiram o poder, com apoio de uma boa parcela da população brasileira.
É com tristeza que trazemos à memória os 50 anos do golpe militar, ocorrido em 31 de março de 1964, quando o presidente João Goulart foi deposto e os militares assumiram o poder, com apoio de uma boa parcela da população brasileira.
Os militares trouxeram consigo a intolerância àqueles que não apoiavam sua ideologia rasa e nacionalista (“Ame-o ou deixe-o”), desrespeitando sistematicamente os direitos humanos com seus métodos truculentos e violentos, arrastando aos porões da ditadura tantas pessoas, que, por não pensarem como eles, eram tachadas de subversivas e comunistas.
E nestes porões de chumbo vidas foram brutalmente ceifadas, não sem antes passarem por sessões intermináveis de tortura. Os que sobreviveram carregam consigo as marcas no corpo, na mente, na alma.
Quero relatar minha experiência familiar, pois ano passado lembramos os 40 anos da prisão, tortura, morte e desaparecimento do meu tio Paulo, deputado estadual por Santa Catarina, que foi cassado em 1964, não só pelo poder público, mas também por sua Igreja:
São Paulo, setembro de 1973; o telefone toca, e quando é atendido pelo Rev Jaime Wright, ele ouve duas palavras que iriam marcar definitivamente a sua vida, bem como de toda sua família: “Paulo caiu”.
Quero relatar minha experiência familiar, pois ano passado lembramos os 40 anos da prisão, tortura, morte e desaparecimento do meu tio Paulo, deputado estadual por Santa Catarina, que foi cassado em 1964, não só pelo poder público, mas também por sua Igreja:
São Paulo, setembro de 1973; o telefone toca, e quando é atendido pelo Rev Jaime Wright, ele ouve duas palavras que iriam marcar definitivamente a sua vida, bem como de toda sua família: “Paulo caiu”.
Paulo caiu nos porões da ditadura militar; caiu e permanece até hoje nestes porões, não sabemos onde e nem em que condições “enterraram” o corpo dele.
O que sabemos com certeza é que não nos foi dado o direito de nos despedirmos dele, com velório e enterro no cemitério onde sua mãe está enterrada, em São Paulo. A família Wright atravessa há 40 anos o vale da sombra da morte de Paulo Stuart Wright.
Lembramos de Moisés, que foi chamado por Deus a libertar e conduzir seu povo em direção à Terra Prometida, numa caminhada de 40 anos pelo deserto, sendo guiados de dia por uma coluna de nuvens, que lhes dava sombra do sol causticante, e de noite por uma coluna de fogo, que iluminava e aquecia o povo.
Como no deserto dos hebreus, duas colunas se ergueram na denúncia de violação dos Direitos humanos e na defesa pela Vida. Reverendo Jaime Wright e Dom Paulo Evaristo Arns, um pastor presbiteriano e um cardeal católico foram estas colunas de fé e coragem que incansavelmente guiaram o povo pelo deserto da ditadura brasileira e latino-americana, especialmente os países do chamado Cone Sul.
O cajado que abriu o caminho foi o projeto “Brasil Nunca Mais”, um compilação dos documentos oficiais do Supremo Tribunal Militar, processos de presos políticos que relatavam as circunstâncias de suas prisões, torturas que sofreram, torturadores, etc.
O lançamento do livro “Brasil Nunca Mais” pegou a repressão de surpresa, e não puderam recolher o livro das livrarias, que ficou em primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos por 90 semanas consecutivas.
E assim, estes dois gigantes do movimento ecumênico ajudaram o povo brasileiro a atravessar o deserto da instabilidade político-social. Sabemos que Paulo Stuart Wright não é a única pessoa morta e desaparecida dessa época. Muitos companheiros e companheiras de ideais e sonhos de um país melhor tiveram suas vidas ceifadas, sua famílias desmanteladas e sem direito a enterrar seus queridos.
E agora, cinquenta anos depois, apontamos em nosso meio sinais de esperança, a certeza de que a luta não foi em vão, de que as vidas ceifadas caíram como sementes num chão bruto e manchado de sangue, mas que no seu devido tempo brotam como exemplo para novas gerações, de que, como diz o poeta “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
É de conhecimento de todos que um povo sem memória corre o risco de repetir sua história. Trazer este período à memória só tem sentido se for para nos dar esperança. A esperança de que não aconteça nunca mais a ditadura.
A Comissão Nacional da Verdade se apresenta neste momento para passar a limpo este período desértico e sombrio de nossa história. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, da qual a Igreja Presbiteriana Unida é membro, tem enfrentado e denunciado situações de abuso de poder, tem estimulado plena participação das Igrejas nos movimentos civis que almejam uma sociedade onde a cidadania é um direito universal, que será almejada quando acontecer, como diz o salmo 85:10: “O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se abraçarão”.
Anita Sue Wright Torres
– Moderadora da Igreja Presbiteriana Unida (IPU)
1ª Noite de espiritualidade
Aconteceu no dia 20 de março a 1ª Noite de Espiritualidade Ecumênica. O encontro de oração, celebrando em um clima penitencial, aconteceu na Paróquia Católica Romana Santa Rita de Casia, no bairro Praia do Canto, Vitória - ES. O encontro contou uma grande participação dos paroquianos e participantes das Igrejas membros do CONIC-ES.
Vista parcial da Paroquia Sta. Rita de Casia durante a oração ecumênica |
Encontro de lideranças
No passado dia 22 de fevereiro de 2014 lideranças representando a Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil se reunirão na casa de encontros Dom João Batista em Ponta Formosa, Vitória-ES, com o propósito de sensibilizar as Comunidades para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2014, que terá como lema "Acaso Cristo esta dividido?" (1 Cor 1, 1-17)
Acesse a apresentação do Pr. Adahyr Cruz sobre a Historia do Movimento Ecumênico a nível nacional.
Lei a apresentação do Pr. Adahyr Cruz sobre a Historia do Movimento Ecumênico no Espirito Santo.
Acompanhe um breve relato apresentado pelo Pr. Adahyr Cruz sobre as SOUC nestes 20 anos.
Faça o donwload da apresentação do Pe. Hugo Scheer sobre Ecumenismo espiritual.
Acesse a apresentação do Pr. Adahyr Cruz sobre a Historia do Movimento Ecumênico a nível nacional.
Lei a apresentação do Pr. Adahyr Cruz sobre a Historia do Movimento Ecumênico no Espirito Santo.
Acompanhe um breve relato apresentado pelo Pr. Adahyr Cruz sobre as SOUC nestes 20 anos.
Faça o donwload da apresentação do Pe. Hugo Scheer sobre Ecumenismo espiritual.
Vista parcial dos participantes durante a oração final |
Pr. Adahyr Cruz (Igreja Metodista) durante sua apresentação |
Representante a IPU durante sua apresentação |
Pe. Hugo Scheer durante sua apresentação |
Vista parcial dos participantes durante a oração final |
22 de fev. de 2014
Convite Encontro de lideranças
Hoje, sábado 22 , teremos o primeiro encontro de lideranças das diversas Igrejas do CONIC-ES com o objetivo de começar a preparação da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2014!
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